De acordo com o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos (CNCA) mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil tem 37.240 crianças e adolescentes que atualmente vivem em abrigos.
E os números só aumentam. Um levantamento feito este ano mostra que, em janeiro, o país registrava 36.437 acolhidos, ou seja, houve um crescimento de 2,20% entre os dois primeiros meses de 2012.
Desta quantidade, apenas 186 crianças e adolescentes são de Campo Grande. O CNCA mostra ainda a existência de 2.008 abrigos em todo o Brasil, sendo 16 deles em Campo Grande.
De acordo com a Assistente Social Carmen Regina Samogin Lima, do Núcleo de Adoção da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, o motivo para o crescimento de crianças e adolescentes em abrigos está na vulnerabilidade social das famílias. “Isso decorre também do consumo de substância psicoativa e álcool pelos responsáveis pelas crianças, além da falta de políticas públicas para a prevenção e tratamento do uso de drogas e álcool.”, complementa Carmen.
As famílias das crianças e adolescentes acolhidos são acompanhadas e orientadas pela Vara da Infância e Juventude a fim de que se reestruturem para receber os filhos de volta. Quando isso não acontece, as crianças são encaminhadas para adoção.
A assistente social ressalta que o tempo de espera das pessoas habilitadas para adoção depende das características da criança que eles desejam. “Se alguém quiser adotar um menino que está na faixa etária de 7 a 17 anos, por exemplo, temos vários disponíveis hoje, mas a maioria dos adotantes prefere crianças de zero a três anos de idade”.
Se a criança não encontra ninguém que deseja adotá-la, acaba ficando na instituição de acolhimento por prazo superior aos dois anos previstos na Lei de Adoção nº 12.010/2009.
Os interessados em adotar devem participar dos cursos de preparação à adoção oferecidos regularmente pelas varas de infância e juventude a fim de que recebam preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.
Infelizmente muitos adolescentes permanecem nas instituições até completarem 18 anos, quando são desligados para iniciarem sozinhos a vida adulta.
Perfil dos habilitados - Em Mato Grosso do Sul, 425 pessoas, entre solteiros e casais, estão cadastrados para adotar. Desta quantidade, o maior número está entre as pessoas de 41 a 50 anos, totalizando 164 pessoas.
Logo em seguida estão as de 31 a 40 anos, com o equivalente a 154 pessoas buscando crianças e adolescentes para a adoção. Mas, assim como já ressaltou Carmen, a maioria dos adotantes busca um perfil comum entre as crianças. “As mais procuradas são meninas recém-nascidas e os menos procurados são os meninos maiores de 5, 6 anos” explica.
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