segunda-feira, 11 de julho de 2011

ADOÇÃO DE CRIANÇA ESPECIAL FOI POSSIVEL GRAÇAS AO CADASTRO NACIONAL

Uma recém nascida, que completou um mês de vida há pouco mais de uma última semana, com problemas de lábio leporino e palatal, filha de pais dependentes químicos, abrigada ao deixar o hospital, tornou-se mais um exemplo de que o amor existe e que a adoção é um ato de amor.

Mesmo com poucos dias de vida, a menina já é protagonista de uma história triste, porém com um final completamente feliz. Ela foi adotada por um casal do interior paulista, que não se importou com seu problema e irá garantir que ela tenha uma vida saudável junto de uma família.

A pequena Bruna (nome fictício) nasceu em Campo Grande, com problema grave no palato (fissura grave no céu da boca) e lábio leporino (má formação nos lábios) e estava entre as adoções consideradas difíceis pelos profissionais que atuam na área, já que crianças com necessidades especiais enfrentam ainda mais problemas para conseguir uma nova família.

A adoção rápida foi possível porque a assistente social da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso de Campo Grande (VIJI), Carmen Samogin, contactou a assistente social de uma comarca do interior paulista e ambas localizaram no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) duas famílias habilitadas e interessadas na recém nascida.

O primeiro casal tinha compromissos profissionais e não poderia neste momento viajar até Campo Grande para conhecer a criança. O segundo casal se dispôs imediatamente e, no final da tarde do dia 5 de julho, Bruna foi adotada e será criada naquela cidade – onde fica o centro de referência no país em cirurgia de lábio leporino.

Um detalhe curioso: a mulher do primeiro casal habilitado daquela cidade é cirurgiã buco maxilo facial e trabalha com crianças com o problema de Bruna e se dispôs a acompanhá-la, quanto às cirurgias a que terá que se submeter.
Sem mencionar detalhes, já que todo processo de adoção tramita em segredo de justiça, Carmen contou que o casal que adotou a menina estava muito feliz, pois esperavam pela oportunidade de ser pais há mais de dois anos.

“Eles não se importaram com os problemas graves da criança. Chegaram com todo o enxoval da criança, como se estivessem indo para a maternidade, quando iam para o abrigo buscá-la. Um exemplo de amor incondicional”, disse ela.
O casal paulista deu entrada no processo de adoção em Campo Grande e terá todo acompanhamento das profissionais da área da infância da comarca daquela cidade.
O Cadastro Nacional de Adoção é uma ferramenta criada para auxiliar juízes das varas da infância e da juventude na condução dos procedimentos de adoção. Lançado em 29 de abril de 2008, o CNA visa agilizar os processos de adoção por meio do mapeamento de informações unificadas.
Além de se mostrar ferramenta eficiente, o cadastro possibilita a implantação de políticas públicas na área. Dados do CNA de abril de 2001 apontam que existiam no Brasil 4.427 crianças e adolescentes aptos a serem adotados, enquanto a lista de pretendentes atingia 26.694 pretendentes.
 

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